quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

boneco de palha...


sou dos momento afins,
o almejo de Bem,
que se espera...
sou dos momentos ruins,
o alarme que soa,
hora de ir embora...
sou fuligem, talvez, 
a derradeira vez
em que a verdade, 
verdadeiramente se espalha...
sou, quando teso e preso,
algo inerte, feito boneco de palha...

josemir(aolongo...)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

vou ficar mesmo por aqui...


Seria até menos dorido
se eu me inserisse no colorido,
e me fizesse iriado ser...
mas a cor de minha aura, 
seria tal qual a tristeza de "Laura",
não daria pra embuçar...
seria até mais fácil,
se eu me fizesse seta,
e fosse arremessado
contra tudo o quem macerado
minha fé concreta.
Mas sei não...
não nasci pra ser herói,
muito menos, mártir.
Finquei meus pés em solo quente,
e sei que isso me dói.
Mas não vou pra marte,
nem pra morte...
nem pra lugar algum.
Vou ficar por aqui mesmo,
em meio a "minha gente",
mesmo com minha densa
e acizalhada aura...
mesmo amalgamado,
à tristeza de "Laura"...

josemir(aolongo...)

voltrei à vida...



Enquanto balanço e rasgo
todos os prenúncios de ranço,
busco a luz verdadeira,
aquela que me ilumina, forma inteira,
e após, já com a alma consciente, descanso.

Os dias se farão argentados,
e tenho certeza, o cintilar,
que se abrirá do meu olhar revivificado,
será o mesmo daquele que se fez brilhar,
quando do amor primeiro...

Voltei à vida...
sorrio, e no suscitar de nova acalmia,
vejo-me reinserido ao que valoro, forma definida.
E canto, forma pássaro, doce melodia...

josemir(aolongo...)



viver é preciso, pensar é essencial...


Mexer com as linguas aturdidas,
que perdidas e banidas
ficam a espreita,
pois que necessitam atacar.
Droga de pseudo-mundo novo,
que ainda carrega seres,
que raciocinam pelo falar.

Não possuem discernimento.
Sómente constróem frases agônicas.
Trazem o amargor como tônica,
e travam o elucidar.
E a necessidade de raciocinar?
Mas raciocinar como
se os neurônios necrosados
somente tendem para um lado?
O outro fica escuro,
e sequer consegue passear pelo imaginar

Quando toca-se num tema,
onde o buscar através da lucidez do pensamento
faz-se necessário,
inicia-se um terrível dilema...

Como falar ou explicitar
algo pra alguém que tem na mente
um imenso entrementes?
Um nada imensurável.
Um vôo cego.
Uma perspicácia ligada ao envelhecido...
ao que nunca se faz original.
Ao que nunca se reinicia,
pois falta alma ao casulo.

Mas vero se faz
redizer, que uma ação mental
precipitada em hipocrisia,
jamais revigora o dia...
simplesmente retarda a noite...

josemir(aolongo...)

interplanetando...


Tô aqui na parada
A esperar que a qualquer hora
Surja um OVNI, em minha história,
E me leve a viajar espaço a fora,
Só pra que eu perca o medo…
Só pra que eu tenha sossego…
Nem mala, nem documento,
No máximo um radinho de pilha,
Pra escutar o Mengão.
Tá bom nao?
Então fica na tua…
Me deixa ficar aqui,
Nesse estratégico canto da rua
Que é eu pra eu poder viajar sentado.

Quero estar introspecto

Adquirir novo aspecto,
E voltar um pouco mais maduro.
Quero quando aterrisar,
Daqui uns anos-luz
Saber que minha cruz
Tá mais fácil de carregar…
Quero mais é aprender,
Me certificar de que náo tô doido,
E que todo esse meu sofrer
Não foi em vão..
Pode ficar com meu celular,
Num esquece de carregar
Porque lá no espaço sem fim
Aparelho nenhum dá sinal,
De vida, ou funcionalidade.

Por falar nisso, aí vem o primeiro disco.

Vou ficar arisco, e feito corisco,
Pra dentro dele pular.
Diz lá pra tua mãe, que tem feijão
Na prateleira, tem arroz na escolhedeira,
E bastante fubá perto do fogão.
Diz também, que a botija de gás
Ta cheia, e dá até pra fazer uma ceia
Caso tua vó passe por lá.

Deus te abençoe!

A aeronave não espera,
E como eu quero sentar
Próximo à janela,
Melhor me apressar.

Meu destino?

Marte!
Com parada de meia hora
Em Saturno, e uma voltinha extra
Por Plutão.
Vai lá meu filho,
Daqui há uns anos-luz, tô de volta
Vê se tu vai a escola e te comporta,
Pois assim que eu chegar
Vou conferir tuas notas,
E conforme elas estiverem,
O pau vai comer…
Pensou que eu fosse esquecer? 

josemir(aolongo...)

fazendo-me voltar...


Aquieto-me, mesmo que meus quereres elétricos e inquietos queiram fazer-me rolar e voar...
arrasto comigo a doce e mágica vontade de fazer com que meus sonhos cumpram o seu jornadear.
Supostamente eu até venha a e transforme em algo frágil, pra poder consubstanciar,
o que me completa cabalmente,
mas nem por isso eu posso considerar-me um cara ou 'o cara", que possa    definir-se consequente.
Mas me arrisco, enquanto o todo ao meu lado por vezes reprime arcaicamente o    meu modo de ser.
É que o olhar de soslaio me incomoda, pois não me define e ainda me faz afastar, me recolher.
É o meu jeito de ser, de estar, de querer ficar, de me acomodar.
É o instante em que hesitante me faço, e as dúvidas começam a me incomodar.
A minha sina repentinamente parece mudar de curso e me direciona para ruas desconhecidas e escuras esquinas.
Meu pensamento não se desvirtua, pois o que em mim atua é a vontade, que me ablui e não me desatina.
É o desejo de ser-me não no sentido de corpos nus em abandono, mas de forma bem mais profunda,uma maneira, que solta, faça-se completa e rotunda
buscando luz das regiões não iracundas,
onde todos se dão, não por uma razão qualquer,
fundada na mera fascinação de homem e mulher,
mas no que abjugado, me orienta, me acena, e claramente diz através do realizar, que se quiser,posso adejar pelas regiões,    que vistas do alto,    me oferecem um leque de entradas, saídas, enfim um ter onde caminhar...

Quando o silêncio apossa-me, sequer questiono, já acostumei-me com o seu jeito autoritário, de dono...
aceito e me faço afeito não ao efeito, que dali poderá emanar-se, retirando de mim qualquer intenção de dano.
Nesse momento, compreendo que se faz a hora de me me recolher, suavemente me retirar...
cantar, redesenhar e tranquilo saber que no outro dia, o encanto vivido, me fará voltar...

josemir(aolongo...)

a louca...


A louca põe-se revolta... bate a cabeça, revira os pés, corre em viés, grita. 
A louca pede por algo indecifrável. Um querer acessível, tangível? Ou algo que toma forma pelos corredores não lúcidos de sua combalida mente? A louca mente... e o faz de forma naturalmente, como se dominasse a lucidez. Seria uma campadora? 
Seria o que aflorado fingia pra poder fazer outros sofrerem?
Por vezes faz-se canhestra... da minha janela a observo. Preservo as vontades dela,
pois que sei que ela quando se agita, maltrata-se e grita, pedindo o inferno para o que se faz entorno. A louca, quando converso com ela, faz-se de moçoila, enriquece-se de caraminholas, veste-se de caras e bocas. A louca. Um algo indecifrável. Uma barreira intransponível. Um muro inexpugnável. As vezes uma cara santa. Outras, uma cara dura. Um paradigma. Uma entidade emblemática, dogmática. Fecho as janelas, preciso respeitar-lhe os desejos. Ela ao mesmo tempo, que desenreda uma novena, pode partir serena pra um aventura qualquer... a louca, minha vizinha, uma mulher, que infinitamente evoca-se certa. A louca, aquela que sente-se a vontade pra o que der e vier...

josemir(aolongo...)