quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

a louca...


A louca põe-se revolta... bate a cabeça, revira os pés, corre em viés, grita. 
A louca pede por algo indecifrável. Um querer acessível, tangível? Ou algo que toma forma pelos corredores não lúcidos de sua combalida mente? A louca mente... e o faz de forma naturalmente, como se dominasse a lucidez. Seria uma campadora? 
Seria o que aflorado fingia pra poder fazer outros sofrerem?
Por vezes faz-se canhestra... da minha janela a observo. Preservo as vontades dela,
pois que sei que ela quando se agita, maltrata-se e grita, pedindo o inferno para o que se faz entorno. A louca, quando converso com ela, faz-se de moçoila, enriquece-se de caraminholas, veste-se de caras e bocas. A louca. Um algo indecifrável. Uma barreira intransponível. Um muro inexpugnável. As vezes uma cara santa. Outras, uma cara dura. Um paradigma. Uma entidade emblemática, dogmática. Fecho as janelas, preciso respeitar-lhe os desejos. Ela ao mesmo tempo, que desenreda uma novena, pode partir serena pra um aventura qualquer... a louca, minha vizinha, uma mulher, que infinitamente evoca-se certa. A louca, aquela que sente-se a vontade pra o que der e vier...

josemir(aolongo...) 

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