sexta-feira, 30 de novembro de 2012

canções de vir, pra ficar...


Por quais céus voas, pássaro ferido,
quando solitário estás?
Adejas sem firmeza, perante as ameaças
delas, as violentas procelas,
ou te protege junto aos versos das poesias,
que escreves no espaço, quando estás a voar?

Quais canções cantas, alma enlevada em música,
quando sufocado te encontras?
Canções tormentosas, lacrimejadas, sofridas, choradas...
ou canções de fazer crescer, junto ao que desponta,
a cada vez, que de ti forem retiradas,
promessas de vir pra ficar?


josemir(aolongo...)


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

prece que deve e irá chegar...



Pleno ébano,
filho dileto de airá,
que agora eu, em arfante afã,
possa celebrar o amanhã
com trejeitos de aiuá...

Que eu possa minhas preces ajaezar,
e mergulhado na graça da segunda ai-lá,
pra  mim a mais forte sagração da salá,
que faz-me projeto de malemba,
onde em sonoros malembes
eu me prostro aos pés de Orixá,
pedindo pra me guardar aqui,
como se eu estivesse lá...

E nessa prece que há e deve chegar,
pra me livrar do pensamento sórdido de querer
a alguém maleficiar,
vou cuidar de fazer com carinho o malaxar
pra poder aliviar minhas dores,
quando sentir que fortes odores
de outros orbes,
vierem me cobrir de sofreres,
nos quais meus quereres,
não sejam suficientemente fortes
para deles se libertar,
buscando outra sorte...

E na busca altívola da luz de Orixá,
que eu possa me achegar em pensamento
ao nobre sentimento, que veste Orixalá,
pra poder me fazer merecedor de um amanhã,
onde eu possa espargir a magia e
a sabedoria de um oxalufã,
a demonstrar que todos somos órfãos sedentos
dos mesmos sagrados intentos,
pois que se próximos,
inseridos e soltos, no mesmo corpo,
cabe-nos amar e amar.

Como se um só fossemos,
que possamos adurir
todos os males do não perdoar,
e aerifomes,
pedirmos proteção a Iansã
perante o azul do mar,
que iguala padres, rabis, pastores e ialorixás.
Que possamos ecumenicamente
retomarmo-nos como gente
sagrando-nos como irmãos,
na amplidão do que se faz brilhar,
anunciando a prece,
que deve e irá chegar...


josemir (ao longo...)

asa quebrada...


Nem sei se lançar-me-ei agora.
Quem sabe o meu arcabouço
melindrado pelo medo, que me desarvora,
não se faça solto,
e não me assuma criatura alada.
Ave de asa quebrada...

Quem viria em minha ajuda?
Quem faria reverberar,
na parede que agora se desnuda,
a vontade febril e terçã,
do querer voar?

Nem sei sinceramente
se meu senso mente,
quando protela, inconsequente,
tentando aquartelar
minha vontade de adejar.
Voar...voar...voar...

Nem sei se os percalços,
se farão cadafalsos,
enquanto meus pedaços,
fizerem-se juntar...

Só sei que corredor aberto,
embora em labirinto abrumado,
procuro fazer-me concepto
buscando o que se predispõe reto,
pelas curvas do incerto...

Proponho-me ser estrada.
Talvez me faça coração,
e pode ser então,
que a imensidão me abarque,
e eu embarque
no vento que sopra macio,
na curva dos meus sonhos...
no remanso de minha saudade.
No porquê da minha ansiedade...

Talvez minha asa quebrada,
seja exatamente,
o que agora mereço.
Fiz-me criatura avoada,
que enquanto voante, espargiu sementes,
porém não semeou nada...

josemir (ao longo...)


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

buscar romeiro...




















A cada dia, instigado pelo fomento de inspiração,
que ablaqueia-me, e me leva a sentir sempre o cheiro do novo,
sinto que todas os caminhos sugerem-me o desejo vivo de poetar.
Sair por aí, feito um motivo qualquer, pra ver e sentir qual é.
Entrego-me de vez às querencias, que fazem-se brotar nas esquinas,
pra poder estar e viajar pelas diversas sinas, que meninas,
fascinam, implementando aos meus olhos, as nuances peregrinas,
que marcam de forma indelével, o meu coração poeta.
O meu sonho eterno de conseguir de forma completa,
viajar e viajar, com a finalidade de rociar orbes outros...
planetas soltos, gestos mais nada rotos.
Verdades reveladas não por fatos quaisquer, absortos,
mas sim pela relevância, que faz arder a ânsia,
de querer encontrar-me, definir-me, de ser não à distância,
mas sim, incluso no palco principal da vida,
onde as formas bem definidas, bem divididas
dão o tom final pra musica, que virá pra
ser magistralmente executada.

Todo o dia é dia de poesia.
A inspiração é livre, tal qual um colorido pássaro.
Ágil, feito colibri.
Curiosa e dominadora, seja aqui, seja ali...

A cada segundo de minha vida
soma-se a vontade mirabolante
de fazer do instante,
uma exclamação mais que eterna.
Uma declaração mais que apaixoinada.
Uma viagem, onde as visagens são tomadas
pelas cores mais lúcidas.
Pelos tons mais fortes.
Pelos rompantes mais sensíveis da sorte.
Pelo que realmente habita o meu buscar romeiro.

josemir(aolongo...)

terça-feira, 27 de novembro de 2012

por ser verdade...

Entre rompantes de absurdez,
eis que o estranho talvez
anula as propostas relevantes
do sim e do não...
os hiatos, tomam posse dos versos.
As palavras distanciam-se uma das outras,
e dão um sentido inverso
ao que se procura.
Como se desse início à controversa
loucura...
como se o todo tangível,
se tornasse um fato impossível...
e inacessível...

Entre o silencio das opiniões dadas,
e das escritas reveladas,
eis que a lógica benquista
busca a grande conquista:
aquela que desonra as mentiras inteiras,
dando validade primeira
ao todo que não se contradiz,
por fazer-se clarear pela fala verdadeira.

josemir(aolongo...)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

dizeres finitos...


Esmaecendo...
vultos às voltas
com a claridade.
Hiatos...
relances de verdades.
Quem sabe sintomas dos fatos
que acionam nossas intempestivas
tormentas, nossos retratos?
Lançamo-nos...
feito bólidos.
Afeitos a afetos
descabidos,
que se fizeram desafetos,
quando descoloridos
nos percebemos.

Uma névoa...
um enodoar de quereres.
Um somatório de dizeres
jamais ditos...
finitos.

josemir(aolongo...)

esperando a luz amainar...


Ainda a luz...
ela insiste, persiste, e reluz,
somente sobre tua face.

Paro...
não posso seguir
em tua direção.
Venho da escuridão
de maus momentos
vividos.
Venho de nuances
de quereres corrompidos.
Venho de uma terra
de sombras e penumbras.

Enquanto o cintilar forte,
que açambarca a tua face perdurar,
estático, ficarei aqui a esperar.
Até que esse brilho intenso,
se amaine...
até que eu possa de ti,
me aproximar...

josemir(aolongo...)


aguardando o silencio...


O músico aguarda o silencio.
Assim como o amor anseia pelo carinho.
Assim como os andarilhos,
se inserem ao vento, que delineia o caminho.

O músico aguarda o silencio...
Assim como nossos desejos,
prospectam-se no espaço do realizar.
Assim como o sorriso,
faz-se aberto, destruindo o desconexo,
abrindo caminhos, feito som de guizos.

O musico aguarda o silêncio.
Assim como o ser humano cresce,
quando nele se fortalece
uma definição cabal, real...

O músico aguarda o silêncio.
O silêncio também aguarda o início da melodia,
pois que ele anda cansado
do barulho escancarado,
que passeia irreverente, pela natureza...

josemir(aolongo...)

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

entender-me...


Entender-me...
grande desafio.
Meus desejos sempre estão
por um triz...
um fio...

Meus questionamentos,
não tem respostas.
Somente pareceres e impressões expostas,
que por serem suspeitas e supostas,
não carregam o crivo da desfaçatez...

Cruzo as ruas, becos, vielas...
transgrido os conceitos e realço os meus feitos,
com a força de minha conduta.
Danço, sonho, sorrio, acendo velas.
Procuro velar, e fazer valer meus sonhos.
Eu os sou.
Eles, me habitam.

Entender-me...
sagrado desafio.
Nesse meio tempo,
vou reforçando meus brios.
Sei que ainda vou precisar
muito deles...

josemir(aolongo...)

olhos vendados...





Na agonia dos olhos vendados,
a dor de não ver o que passa e perceber-se ilhado...
num canto, numa aresta, numa janele,
numa noite ou num dia.
Perdido sonho, casa de alvenaria...

Na da importa e nem comporta,
a capacidade de podermos estar inseridos
completamente delineados e definidos,
no contexto tempo, que nos rodeia e nos abarca.

Da janela diminuta,
apenas o sentimento de podermos
alçar mais vôos..
apenas a imaginação e o almejo,
de nos definirmos infindos,
mesmo que não consigamos visualizar pelo olhar
os trajetos, que constituem e respaldam nossas viagens.

No mais, um dia inteiro, uma noite inteira.
Uma poesia escrita, um pensamento, uma etérea visita.
E sempre a esperança, de que somos atemporais.
Mesmo com a mente afoita, semi solta.
Mesmo na agonia de estarmos com os olhos vendados...

josemir(aolongo...)


já chorando, adormeci...


Já rociei o orbe,
onde habitam
meus duendes e reis.

Por lá, entre os reflexos doirados
dos cristais,
que enfeitam meus sonhos,
pude encontrar-me risonho
com muitos dos meus,
que se fizeram parcelas de brisa...
aquela envolta mansuetude,
que suavemente desliza.

Foi bom enquanto pude...
cantei, bailei.
Mesmo denso casulo,
movimentei-me na leveza do etéreo.
Não vi melindres, misérias, mistérios.

Enquanto voltava,
a mágica ode silenciou...
senti-me denso novamente.
O sol,
quando à terra retornei,
fazia-se parceiro do fogo
tamanha a intensidade do calor.

Corri,
me alinhei sob a sombra da amendoeira,
e já chorando de saudades,
adormeci...

josemir(aolongo...)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

alumbrante voar...


Queria ter a sabença
dos que se esquivam das desavenças,
e conseguem viver a essência,
do saber amar, do perdoar...

Queria não imiscuir-me,
e mesmo que por momentos,
indestinado,
ser algo indestrinçável
cujo limite,
não fosse traçado pelos ventos
e nem pelos quereres fúteis,
onde indevassável,
o indeterminismo se fizesse vôo de tabarana,
e o que se engana, o que se profana,
se fizesse inconcepto
e mais que por certo
caísse ao chão, por inanição,
após tantos vôos e mergulhos vãos.

Queria jamais ser alcoviteiro de taberna.
Queria ser um tenorino,
que entoasse sempre o doce hino
dos que se deixam tenrificar
pela liberdade de ação,
não como simples e meros seres moventes,
mas como cavalheiros, que silentes,
correm pelos imensos vãos, por serem
consequentes, habitam um espaço na ucronia.
E por não serem vistos
deixam de ser acreditados,
amados, queridos, clamados,
simplesmente pelo fato
de que com eles, o ato
deixa de ser impulso,
e transforma-se em algo crível...
mais que palpável...
algo tangenciável,
que abjugado esparge-se,
pois que é do seu destino,
não pertencer-se e jamais querer
que lhe pertençam...

Queria enfim ser um ser
que livre, fizesse-se abrandecer.
E permissível, completamente abrangível,
jamais me colocasse disponível
à solidão inquiridora.

Queria estar livre da insciência,
mergulhar de forma singela
no eternizar do que se faz insculpido,
e depois feito fábula
ganhar o leito, o livro, o ar,
e de modo indisfarçável,
jogar-me ao mundo, num alumbrante voar...

josemir(aolongo...)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

libertação...


Era imensa a revolta.
Era de imensa valia,
que a canção se impusesse.
Somente assim,
as vozes libertariam os fantasmas
dos algozes, que ainda rotos,
feito peso morto,
faziam com que vergassem
as vontades.

Mas cantaram alto.
E as poesias acopladas às melodias,
criaram uma nova perspectiva.
Uma nota viva. sonoramente
aguda e ativa,
que captou os lamentos, e os dissecou...

Foi assim que esse povo aprendeu.
Foi assim que renasceu o espirito bendito
da essencia mais sublime,
que dá alento, modifica,
e alavanca o desejo de atingir o cime.

Além das canções,
os corações - agora libertos -
desviaram-se dos desertos
e penetraram fundo
nos caminhos encantados,
e ornados por lindas flores.
Foi mesmo assim...
foi absolutamente assim,
que esse povo livrou-se
de sofreres e dores...

josemir(aolongo...)

água que fez fluir...


Água...
ablui o corpo inocente.
Gente.
Mistério do que só
perambulou e sobreviveu.
Mas. cresceu.

Aguaceiro.
Um rio de mágoas,
pleno e inteiro,
que pelo tempo se espalhou.
Curou. Purificou.

Água que veio das
encostas.
Água que arrastou
vidas, casas e causos,
frágeis e expostas.
Água,
 que também ressuscitou...

Água que veio da festa,
escorrendo pela testa,
deixando à mostra a fresta,
por onde muita história
fêz-se corredeira...
alimentou vidas inteiras.
Fêz fluir...

josemir(aolongo...)

à madrugada, sentinela singela do poeta...


Os cristais fogem do vento,
fazem silencio, cessam seu tilintar...
os pirilampos mudam o curso do vôo.
Murmuram: "deixem o poeta, poetar".
E em assim sendo, nada quebrará a madrugada.

O vento não sibila.
O poeta, nos hiatos de seus vacilos,
trasvolteia, e novamente vacila.
Mas, apaga as linhas plenas de bruma...
os versos fazem-se perplexos,
quando amalgamados às rimas,
constroem - através do poeta -
sublimes poesias...

Ah madrugada infinita.
Voas pelos domínios daquele que cria.
Não apressas o nascer do dia,
estar em ti é trazer do todo, que inebria,
o suave libertar da inspiração...

O poeta agora adormece.
Madrugada, sentinela singela,
já podes fazer as honras para o amanhecer,
que inserido em vertente magia.
já mansamente se anuncia...

josemir(aolongo...)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

anseios da alma...


Trazendo do fundo...
lá  do âmago das conquistas.
Ouço o cantar natural,
da natureza benquista
e lanço-me ao ousar.
Um ousar que perspassa
a vontade corpórea.
Um querer que se plasma,
feito infinito etéreo,
que sem segredo ou mistério,
toma forma e me açambarca.
Me afaga e me abarca.
Me sorri e me beija.
Que me diz assim seja,
acima de tudo...
acima entrementes, contudos.
Hoje passeio pelas trilhas,
- antes travestidas de ilhas,
num mar coberto de brumas -,
e confesso sossegado,
que tudo aquilo com o qual
eu havia sonhado,
fêz-se...

Trazendo do fundo,
lá do breu das entranhas,
percebo que as coisas estranhas
já se cimbraram...
não existem mais
os riscos de degredos.
Diluíram-se os medos,
e afloraram em mim,
os anseios da alma.

josemir(aolongo...)

me resumi em ti...


Ninguém deixou de passar
pela história...
e meu navegar,
foi quase infinito, bonito,
pois que me pus a sonhar.
Feliz sonhador...

Foi quando eu vi,
as razões do meu querer.
As nuances desse meu viver,
pelas estradas, de ir e vir.

Foi quando eu entendi.
Que os versos, são reflexos do amor.
Foi aí que eu vivi,
feito jardim em busca de flor.

Foi aí,
que eu me resumi,
em ti...

josemir(aolongo...)

onde tudo começou...


sou assim...

Sou do fundo
dos meus regozijos,
o que mais
ecoa...
sou uma pessoa.
Uma vida.
Uma grande avenida.
Sou um artista,
uma entidade benquista.
Sou o que não se
perde de vista,
pois não tenho por mania,
me esconder.
Sou apenas o meu ser.

Sou do entorno,
toda a atividade presente.
Sou o que sente.
O que pressente.
O que se ressente.
Sou de mim,
o silêncio.
O arbítrio, o agito.
O canto, o grito.
Sou assim...

josemir(aolongo...)

que se eternizam...


O céu aberto...
de frente, bem perto,
teu rosto lindo.
Teu olhor infindo.
E tudo mais.

Os sussurros soltos.
Os lembrares loucos,
arfante respirar.
Os motivos raros.
Os sofreres claros,
que não cessaram
de se repetir.

Mas que momento
belo...
o soprar singelo
da brisa.
Do silencio canção,
que cicatriza
as feridas de uma emoção,
que desliza...
solta... um tanto rota...
mas que ainda
encorpada se faz.

Momentos são momentos.
Mas na verdade
existem alguns,
que se eternizam...

josemir(aolongo..._)

Somos da distância,
a terra prometida.
Somos a intensa ânsia
do querer dorido.
Somos sim,
os sonhos que se plasmam...

Somos seres,
que se identificam.
Somos as marcas
das razões que ficam.

Somos sim...
somos não.
Mas estamos
na roda ativa,
valsando pelo
imenso salão
de nossas vidas...

Somos sim...
por que não?
Nada se faz
sozinho e sem razão.
Somos sim,
até o fim...
ou enquanto nos dermos
imersos na poesia,
que alimenta o nosso coração...

josemir(aolongo...)

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

versos de amor...


Versos de amor
são atemporais...
são sinas...
resquícios de lembranças
dos nossos quintais.
Ademais,
poetar significa
mais que escrever,
voar...
dificil entender.
Custoso ter que aceitar.

Mas,
versos de amor,
são atemporais.
Mais que isso,
são eternos.
Estão além dos ais.
São cumplices da paz,
por isso, brilham...
emocionam...
energizam...

josemir(aolongo...)

que nada mais seja mistério...


Estou reescrevendo
minha história,
talvez agora,
o que ficou preso
às entranhas profundas
de minha memória,
consiga fazer-se vertente...

e rompidos os entrementes,
que nada mais
seja mistério.

josemir(aolongo...)

que traz o novo...


Nada em meus bolsos...
sou exercício de vida.
Leve, breve, solto.
Minhas janelas
abrem-se para o todo.
Não o todo qualquer,
mas sim aquele que traz o novo...

josemir(aolongo...)

aflorando em rompantes...

Uma maneira contundente de tentar...
lágrimas de labuta.
Um quebrar de forma abrupta,
toda a insensatez medrosa.

Ablaqueado, solto a voz...
seja em canto, em prosa.
Seja sob um manto azul,
vermelho, cor de rosa.
O que importa,
é que o salgar de minha face
tomada pelas lágrimas furtivas,
estabelece meu despertar.
Eu sou assim, e o ser assim sempre será.
O estar se fará predominar,
à medida em que o a verdade solta,
que fluirá de nossas bocas,
fizer-se presente em luz.
Assim como sóis...

Assim, como nossa vontade voante.
Aquela que desafia o instante
e faz aflorar em rompantes,
todo o refazimento dos sonhos.
Das esperas.
Das realizações.

josemir(aolongo...)

mar de minhas vontades....

Mar de minhas vontades...
força de querer que invade,
e ousada, dança pela pista de meu coração.
Desafio.
Visualizo o entorno.
Como resposta exposta,
vejo os meus sonhos plasmados.

Deixo que a sensação de viajar
pela alma de suas profundas questões,
carregue-me.
Abraço e descanso, 
no doirado remanso do seu corpo,
e deixo-me encantado, adormecer.
Absolutamente solto.
É assim que tem que ser.

Minhas querencias,
plenas da essencia intensa
de um amar sincero,
remontam-me ao extase.
Sou eu, a capturar versos
inscritos no complexo reino
de minha inspiração.
Sou eu, 
- de modo confesso -
que deixo à mostra tudo de meu
pelas linhas onde descrevo,
os meus mais agudos desejos.

josemir(aolongo...)

sábado, 10 de novembro de 2012

feito pássaros...


Nem sempre os destinos 
viajam pelos mesmos trilhos...
Andarilhos,
diferem-se por vezes
em simples detalhes...
se o amor alguma vez
entre eles se fêz,
ressonou...

Amor entre viajores
- de atos e pensamentos -
não pode ser definido 
como um simples momento.
Eterniza-se... pois que viajores,
não morrem.
Viajores procuram sempre
transformar as dores,
no simples ato de mudar.
Mudam de companheiro, de vida, 
de estrada, de trilhos...
Por isso estão sempre distantes,
mesmo seguindo o mesmo 
percurso...
Mesmo sendo passageiros
de uma mesma viagem...
Sem nunca se esquerem,
que se amaram... 
feito pássaros...

josemir(aolongo...)



sinto que ele busca... sinto que ele vai chegar...


Arraigado ao corpo do copo
inserido às minhas mãos trêmulas,
eis que meu pensamento deflagra
um inquieto desejo...
quem sabe um ensejo de ir?

Instigante, a minha crescente
vontade de me saber,arrasta-me...
alma e corpo.
Sei que não pertenço ao mundo
dos objetos soltos...
tampouco, incluso estou ao rol,
dos que caminham ao léu.
Se distante estou do céu,
bem longe posta-se de mim,
qualquer definição de inferno.

Pensativo...
eis que meu querer ativo,
processa-se.
Sinto que ele está
a procura.
Sinto que ele está
fugindo da camara escura...
sinto que ele quer estar
no iluminar.
Sinto que ele busca.
Sinto que ele vai chegar...

josemir(aolongo...)

ainda assim, não consigo...


Não consigo arrancar de mim,
as minhas verdades...
minha face arde...
meu olhar faz alarde.
Minha razão,
a mim se agrega.
Minha alma,
o meu corpo,
já não segrega.
Eles se amam...
unos,
confiam-me
o escolher do caminho...

Arbítrio livre...
mesmo assim,
não consigo arrancar de mim,
algumas verdades...

josemir(aolongo...)