quinta-feira, 29 de novembro de 2012

asa quebrada...


Nem sei se lançar-me-ei agora.
Quem sabe o meu arcabouço
melindrado pelo medo, que me desarvora,
não se faça solto,
e não me assuma criatura alada.
Ave de asa quebrada...

Quem viria em minha ajuda?
Quem faria reverberar,
na parede que agora se desnuda,
a vontade febril e terçã,
do querer voar?

Nem sei sinceramente
se meu senso mente,
quando protela, inconsequente,
tentando aquartelar
minha vontade de adejar.
Voar...voar...voar...

Nem sei se os percalços,
se farão cadafalsos,
enquanto meus pedaços,
fizerem-se juntar...

Só sei que corredor aberto,
embora em labirinto abrumado,
procuro fazer-me concepto
buscando o que se predispõe reto,
pelas curvas do incerto...

Proponho-me ser estrada.
Talvez me faça coração,
e pode ser então,
que a imensidão me abarque,
e eu embarque
no vento que sopra macio,
na curva dos meus sonhos...
no remanso de minha saudade.
No porquê da minha ansiedade...

Talvez minha asa quebrada,
seja exatamente,
o que agora mereço.
Fiz-me criatura avoada,
que enquanto voante, espargiu sementes,
porém não semeou nada...

josemir (ao longo...)


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