quinta-feira, 29 de novembro de 2012

prece que deve e irá chegar...



Pleno ébano,
filho dileto de airá,
que agora eu, em arfante afã,
possa celebrar o amanhã
com trejeitos de aiuá...

Que eu possa minhas preces ajaezar,
e mergulhado na graça da segunda ai-lá,
pra  mim a mais forte sagração da salá,
que faz-me projeto de malemba,
onde em sonoros malembes
eu me prostro aos pés de Orixá,
pedindo pra me guardar aqui,
como se eu estivesse lá...

E nessa prece que há e deve chegar,
pra me livrar do pensamento sórdido de querer
a alguém maleficiar,
vou cuidar de fazer com carinho o malaxar
pra poder aliviar minhas dores,
quando sentir que fortes odores
de outros orbes,
vierem me cobrir de sofreres,
nos quais meus quereres,
não sejam suficientemente fortes
para deles se libertar,
buscando outra sorte...

E na busca altívola da luz de Orixá,
que eu possa me achegar em pensamento
ao nobre sentimento, que veste Orixalá,
pra poder me fazer merecedor de um amanhã,
onde eu possa espargir a magia e
a sabedoria de um oxalufã,
a demonstrar que todos somos órfãos sedentos
dos mesmos sagrados intentos,
pois que se próximos,
inseridos e soltos, no mesmo corpo,
cabe-nos amar e amar.

Como se um só fossemos,
que possamos adurir
todos os males do não perdoar,
e aerifomes,
pedirmos proteção a Iansã
perante o azul do mar,
que iguala padres, rabis, pastores e ialorixás.
Que possamos ecumenicamente
retomarmo-nos como gente
sagrando-nos como irmãos,
na amplidão do que se faz brilhar,
anunciando a prece,
que deve e irá chegar...


josemir (ao longo...)

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