quinta-feira, 22 de novembro de 2012

alumbrante voar...


Queria ter a sabença
dos que se esquivam das desavenças,
e conseguem viver a essência,
do saber amar, do perdoar...

Queria não imiscuir-me,
e mesmo que por momentos,
indestinado,
ser algo indestrinçável
cujo limite,
não fosse traçado pelos ventos
e nem pelos quereres fúteis,
onde indevassável,
o indeterminismo se fizesse vôo de tabarana,
e o que se engana, o que se profana,
se fizesse inconcepto
e mais que por certo
caísse ao chão, por inanição,
após tantos vôos e mergulhos vãos.

Queria jamais ser alcoviteiro de taberna.
Queria ser um tenorino,
que entoasse sempre o doce hino
dos que se deixam tenrificar
pela liberdade de ação,
não como simples e meros seres moventes,
mas como cavalheiros, que silentes,
correm pelos imensos vãos, por serem
consequentes, habitam um espaço na ucronia.
E por não serem vistos
deixam de ser acreditados,
amados, queridos, clamados,
simplesmente pelo fato
de que com eles, o ato
deixa de ser impulso,
e transforma-se em algo crível...
mais que palpável...
algo tangenciável,
que abjugado esparge-se,
pois que é do seu destino,
não pertencer-se e jamais querer
que lhe pertençam...

Queria enfim ser um ser
que livre, fizesse-se abrandecer.
E permissível, completamente abrangível,
jamais me colocasse disponível
à solidão inquiridora.

Queria estar livre da insciência,
mergulhar de forma singela
no eternizar do que se faz insculpido,
e depois feito fábula
ganhar o leito, o livro, o ar,
e de modo indisfarçável,
jogar-me ao mundo, num alumbrante voar...

josemir(aolongo...)

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