terça-feira, 2 de outubro de 2012

minha real indefinição...

















Abruptamente eu me vejo entre os entrementes
e confesso, modo absterso, querer sempre seguir.
Mas esse meu ir e vir, traz créditos?
Vida minha, que como rio deságua no mar.
Não sei se me abstenho da saudade,
na realidade, nem sei se ainda tenho,
esse tipo de pensamento...
a todo momento parecem que me fogem detalhes...
tudo o que se fez, canções, poesias, entalhes,
perde-se pela gruta do tempo, e por não ter visão exata
de onde estou, quando caminho pela escuridão,
em mim correm presságios de desilusão.
Grito, esperneio, por vezes ofendo.
Mas confesso, que quando assim ajo, eu mais me defendo.
É que a insegurança quando me abarca,
faz de minha vida uma eterna armadilha, uma ilha...
perdido quando em vez, pelos descaminhos do talvez,
rebelo-me... como se eu dissesse em alto som,
que estou aqui... que ainda mantenho o dom.
Dom da veracidade... dom da espontaneidade,
dom que atravessa oceanos de veleidades
pra poder espargir-se na tranquilidade,
que protege, que faz-se objetivo mor, vera finalidade.
Mas de uns tempos pra cá tenho desacreditado de muitos ditos.
Tenho andado cansado de admitir-me meio que perdido,
entre os milhares de hiatos, que fortalecem os contraditos.
Que caiam sobre mim bençãos dos santos benditos.
Que eu possa caminhar, e mirar sempre o infinito.
Que eu possa me liberar nessa vida, para a outra vida,
que por certo haverá de vir... premissa cumprida.
Tenho tido vontade de deixar-me levitar pela bruma.
Tenho a impressão de que os meus olhos já não enxergam como antes.
Por minha visão passam alucinados instantes,
e eu, já não consigo retê-los, percebe-los.
Sei lá... tenho vontade de pedir guarida a colo qualquer...
confesso já não ter paciência pra reverter um revés.
Minha ferida, pretensamente curada, dói muito sob a cicatriz.
Não sei de fato, o que realmente fiz...
nem pretendo culpar o que não vejo, por estar sob esse ar denso e infeliz.
Mas, como tudo se faz movente, eu preciso estar sempre ciente,
de que as coisas não são peças de um tabuleiro qualquer...
eu tenho que saber, que haja o que houver,
tudo nesse planeta faz-se nascer e renascer.
Eis aí, talvez, a razão do meu confuso querer.
Eis aí, de antemão, a minha real indefinição.

josemir(aolongo...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário