quarta-feira, 15 de agosto de 2012

deixa...


Deixa que o reflexo,
 -de modo convexo -
deslize sobre minha imagem...
que a ressonância, de minhas vontades,
alcance a outra margem,
para que eu possa ver-me deslizar...
viajar, escutar, revivificar...
 
Deixa que essa parede transparente,
revele a translucidez
do que minha alma sente,
quando revestida de lucidez...
 
Deixa que o espírito,
quando em consonância, com sua consistência,
possa absorver de inocência,
todos os sentidos meus...
tudo o que de modo suposto,
por motivo qualquer, feneceu...
 
Deixa que o vapor da água,
espante e absorva os átimos de mágoa,
que por acaso
jogaram-me ao ocaso,
como se em rio raso
o meu extravaso,
sem saber pra onde ir
fez-se desistir,
recusando-se a prosseguir...
 
Deixa que eu me veja.
Frente a frente.
E que o quê se deseja,
faça-se algo eloqüente
feito o sonho, que a gente
guarda em recônditos ilhados,
cobertos por códigos em frases,
fechados a sete chaves...
 
Deixa que eu me escorra.
Deixa-me saber quem sou,
no balanço da velha gangorra,
que exposta ao tempo se envileceu, gastou...
 
Deixa que minha imagem,
justaponha-se, ao que represento...
deixa eu entender essa visagem...
quem sabe, ela não venha a ser ,
da minha razão, o sustento?
 
josemir (ao longo...)
 
 
 

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