domingo, 23 de setembro de 2012
o que de mais valioso tiver...
Penetrei com avidez em tuas entranhas,
as quais julguei serem minhas.
Confessei-te feito pecador esquálido e inconformado,
todos os meus pecados.
Acreditei em ti, como um cão fiel,
e acabei por mergulhar num amaro gosto de nada...
um nada coberto por um mentiroso véu...
Dei-me feito um contador de histórias,
daqueles que ainda habitam as esquinas.
Desvendei-te minhas sinas.
Rabisquei minhas impressões mais pequeninas,
e acabei por ser devorado
pelo teu lado, para o mal inclinado,
que jogou-me ao léu...
Acreditei em ti,
feito reza que cura.
Abandonei-me,
pra deixar-te formosa e pura.
E eis-me aqui,
a conviver e ter que existir.
A aceitar que a ilusão nada mais é
que aquilo que se apresenta faceira,
a me sorrir,
sempre disposta a roubar dos meus versos,
o que de mais valioso tiver.
josemir(aolongo...)
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